Porque utilizar um blockchain privado baseado em Proof of Authority? about pilotord-kit-onboarding

[pedrosgmagalhaes]

Na verdade, não diria que é Proof of Authority (Clique), o consenso é o QBFT.

Gente, sejamos realista: Já existem alternativas para esse tipo de demanda. Se queremos ir no caminho de descentralização, vamos para as blockchains pública.

A motivação do Bacen em usar uma rede blockchain privada é para melhorias do atual sistema financeiro. Reduzir custo, aumentar a escalabilidade, obter mais segurança.... Talvez até eventualmente substituir o sistema SWIFT, quem sabe?

Entendo que como adeptos a web3, queremos trazer essa solução para o estado. Mas não vai rolar, centralização é o único motivo do estado existir.

Infelizmente, o que nos resta é sugerir melhorias no atual sistema do Real Digital e tentar direcionar o máximo de transparência para os brasileiros.

[daiangm]

Estou ansioso pela resposta @Iazzetta, apesar de eu já saber a motivação, até porque é necessária muita coragem para questionar centralização ao Banco Central e "Proof of Authority" ao Estado

[cesarsst]

Criar o projeto de uma moeda digital de um país em cima de uma rede como a Ethereum, que é centralizada e não gerida pelo próprio estado é muito arriscado.

[Iazzetta]

Citei Ethereum como um exemplo de blockchain publico que usa o Proof of Stake, que diferente do proof of work não requer consumo energético. Mesmo o PoS sendo mais centralizado que PoW, ainda sim o PoS tem incentivo financeiro para os validadores, gerando penalidade caso operem de maneira desonesta. Agora o PoA não existe penalidade para os validadores. E é ai que está o problema.

Como disse o @daiangm , obviamente a escolha do Banco Central seria a centralização (como já acontece com as moedas tradicionais). Entendo que uma das vantagens mais interessantes do PoA é a velocidade das transações, que é um requisito extremamente necessário para ser útil uma moeda nacional.

Mas existem diversas arquiteturas modernas de blockchain públicos que estão solucionando esse problema de velocidade de transações como Algorand (Pure Proof of Stake) ou Solana (Proof of History). Não estou dizendo que estão livres de falhas, mas vale a pesquisa e o debate.

Não é uma tarefa fácil descentralizar uma moeda digital nacional. Mas acredito que seria um grande passo para o livre mercado, proteção contra censura governamental e transparência. Será que não vale um debate mais aprofundado?

Porque até agora, só estou vendo um blockchain privado, não transparente, aberto a falhas e censura, como qualquer moeda tradicional. Além dos possíveis métodos de congelamento de endereços, que podem ser vistos pela engenharia reversa que uma galera já fez baseado no ABI publicado.

Só gostaria de deixar claro e documentado essas questões para discutir as alternativas de modelos de validação de blockchains públicos/privados.

[aldenio]

Prezado @lazzetta

No Brasil existe um arcabouço abrangente e sistemático de leis e regulamentos que harmonizam os direitos individuais de privacidade com as necessidades legítimas de transparência das autoridades públicas. Nesse sentido, a infraestrutura do Real Digital, por se tratar da representação, em uma rede DLT, dos depósitos em Instituições Financeiras ou em Instituições de Pagamento, herda o correspondente regime jurídico quanto ao acesso e ao trânsito de informações.

A proposta de Piloto RD tem o objetivo de validar o uso de uma solução de plataforma DLT avaliando a programabilidade com ativos financeiros e a observância aos requisitos legais e regulatórios de privacidade das informações de indivíduos e demais envolvidos nas transações nessa plataforma.

Soluções de preservação da privacidade em redes DLT devem ainda ser postas a teste, de modo a trazer maior segurança em relação à capacidade de o BCB garantir o cumprimento dos requisitos legais de privacidade aplicáveis ao Sistema Financeiro Nacional.

O Banco Central não descarta que, ao longo do piloto, e conforme testes efetuados com tecnologias de privacidade em redes DLT, outros entes possam também participar do processo de validação. Adotando, assim, uma infraestrutura de mercado mais descentralizada e com mais vantagens em resiliência e tolerância a falhas.

Em resumo, a opção por um blockchain privado com consenso do tipo PoA é justificada pelos requisitos de custo, desempenho e privacidade do Real Digital, além da necessidade do Banco Central de garantir o funcionamento do sistema dentro dos parâmetros legais.

Quanto às questões negociais relacionados à motivação para criação do projeto, solicitamos que sejam consultados os documentos oficiais publicados na página do Real Digital (https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/real_digital) e que dúvidas remanescentes sejam encaminhadas para [email protected]

Obs.: Caso sua dúvida tenha sido esclarecida, peço que feche a issue.

Qual vai ser a solução que o Banco Central vai utilizar para garantir a transparência e a confiabilidade da rede e a ao mesmo tempo a privacidade dos usuários?

[matheusdsm]

Centralização de um produto/serviço não é um "bicho de sete cabeças".
Se for pensar pelo lado otimista da jogada, é uma forma de valorizar ainda mais o laço existente do produto.

Contextualizando e não ao mesmo tempo, um exemplo não direto é algo como "eu pago imposto, e o estado precisa me servir por isso!". Com um serviço centralizado essa cobrança fica mais fácil, em diferentes viéis, pois a sociedade pode recorrer a X métodos para garantir a própria segurança e a do próximo.

[Iazzetta]

Ficou claro a decisão do Banco Central, mesmo não concordando. Tem bastante desenvolvimento pela frente, vou acompanhar e contribuir como puder com o projeto para que seja de fato seguro e transparente.

Obrigado pela resposta @aldenio

[eduardofx]

Criar o projeto de uma moeda digital de um país em cima de uma rede como a Ethereum, que é centralizada e não gerida pelo próprio estado é muito arriscado.

Arriscado em que?